Veja como funciona a captação de água da chuva

A captação de água da chuva é uma estratégia cada vez mais presentes nos projetos de arquitetura e engenharia, sinal de que a população vem se conscientizando sobre os danos gerados ao meio ambiente pela atividade humana. Nesse cenário, a tendência é que a demanda por sustentabilidade continue crescendo exponencialmente. E a preocupação parece ser ainda maior quando falamos de recursos hídricos. 

Para se manter atualizado e até pensar em soluções para sua casa no futuro, que tal aprender sobre o funcionamento da captação de água da chuva? Acompanhe os próximos tópicos!

Como funciona a captação de água da chuva?

Com o apelo por uma arquitetura mais sustentável, muitos projetos já têm incorporado estratégias de aproveitamento de recursos. Nesse sentido, a captação de águas das chuvas se destaca, pois ajuda a reduzir bastante o consumo hídrico de uma construção. É possível, assim, diminuir a pressão sobre os reservatórios naturais, como rios e aquíferos.

E o melhor de tudo é que, acredite se quiser, esse é um processo muito simples de ser implantado nas construções, exigindo um sistema barato e de fácil manutenção. A seguir, vamos explicar melhor a respeito de seus principais elementos. Confira!

Coleta

Essa é a etapa mais simples de todo o projeto, mas que demanda a utilização de alguns materiais e equipamentos específicos. As telhas devem facilitar o escoamento da água em uma única direção, o que evita a perda para o ambiente. 

Além disso, elas devem ser fabricadas com materiais atóxicos para não representarem riscos para a saúde dos moradores — justamente por isso, telhas de fibrocimento (amianto) são totalmente contraindicadas, uma vez que ainda não há um consenso sobre sua segurança.

Para aproveitar a pegada do projeto, o ideal é empregar telhas ecológicas leves, que não só usam menos materiais como trazem a sustentabilidade para todas as etapas de sua produção. Assim, você tem a certeza de que tudo foi feito seguindo as melhores práticas de respeito ao meio ambiente. 

Por fim, como a água das chuvas será canalizada, é preciso garantir que a tubulação também seja feita de materiais atóxicos e muito resistentes, para evitar vazamentos no futuro.

Filtragem

Essa etapa é imprescindível para permitir o uso interno da água nas construções. Seu principal objetivo é retirar as impurezas maiores, como folhas e sujidades. Assim, o líquido poderá ser imediatamente utilizado nas descargas dos vasos sanitários ou na tubulação de lavagem de áreas externas, por exemplo.

Vale ressaltar, no entanto, que a filtragem não garante a esterilização. Se necessário, esse processo pode ser feito com o emprego de processos químicos, como a cloração. Esse passo é imprescindível para que a água captada seja utilizada com segurança nas torneiras. Se a ideia é essa, você pode optar por utilizar diferentes reservatórios de acordo com a necessidade de cada ambiente.

Armazenamento

Outro ponto importantíssimo diz respeito ao correto armazenamento da água. Para isso, os principais materiais utilizados são as caixas de fibra de vidro ou de PVC, que não alteram as características da água da chuva.

Como utilizar a água da chuva?

Como são várias as possibilidades de utilização da água da chuva, tudo vai depender dos objetivos do projeto. No caso de construções comerciais, por exemplo, é possível aproveitar a água coletada para as atividades de produção, como o resfriamento de equipamentos. Não parece uma ótima ideia? Mas e quanto aos usos residenciais? Pois vamos detalhar algumas possibilidades agora mesmo. Veja!

Lavar louças

A lavagem de louças é uma das atividades domésticas que mais gastam recursos hídricos no dia a dia. Pensando nisso, tem-se buscado a utilização de detergentes e outras substâncias mais potentes para tentar diminuir a quantidade de água necessária. O problema é que essa alternativa pode trazer muitos danos para o meio ambiente. A melhor solução, assim, é aproveitar a água das chuvas para esse tipo de atividade, que não envolve sua ingestão.

Lavar calçadas

Temos aqui um processo extremamente criticado nos dias de hoje: a utilização de água potável canalizada para a lavagem das calçadas. E não é para menos, não concorda? Aliás, você se lembra que foram veiculadas diversas propagandas governamentais condenando a prática nos períodos de racionamento?

Mas e se você armazenar a água das chuvas? Aí não há problema para o meio ambiente, certo? Aí não é desperdício. Você pode inclusive aproveitar esse momento para fazer a limpeza de outros elementos das áreas externas, como a fachada e espaços de lazer. Também é possível lavar carros e equipamentos sem dor na consciência.

Como é instalado o sistema de captação?

O processo de instalação é relativamente simples, mas demanda alguns cuidados especiais. Acompanhe para entender!

Os materiais necessários

Apesar facilmente instalável, a estrutura do sistema de aproveitamento da água da chuva é complexa. São necessários vários equipamentos para evitar a deterioração. Veja só:

  • filtro: retira os partículas maiores, como folhas, galhos e pequenos detritos que geralmente caem nas calhas;
  • cisterna: é a caixa de armazenagem da água, que pode ter um volume variável entre 3 mil e 50 mil litros;
  • freio: tipo de filtro mais fino que evita a entrada de partículas menores, impedindo que a água fique turva devido à presença de terra e areia;
  • sistemas flutuantes: auxiliam na decantação de partículas, o que deixa a água ainda mais limpa;
  • sifão ladrão: é um canal que impede a entrada de animais na cisterna, além de evitar que a água transborde quando ultrapassar a capacidade volumétrica do recipiente;
  • bomba: a fim de garantir o fluxo de água da cisterna para a tubulação da casa, sua potência deve ser dimensionada de acordo com as características da construção.

A instalação

O primeiro passo é garantir um bom sistema de coleta por meio de telhas e calhas específicas para esse fim, que ajudem a aumentar a captação, além de reduzir as chances de entupimento. Elas devem ser instaladas tanto na construção principal quanto nas acessórias, como casas de piscinas e garagens externas.

Depois disso, passamos para a instalação da tubulação. Nesse caso, pode ser preciso investir em uma reforma maior, já que é necessário separar o sistema da água de consumo humano daquele captado do ambiente. Isso é essencial, uma vez que a água da chuva não deve ser consumida pelas pessoas por conter uma elevada quantidade de nitrito, sulfato e poluentes, elementos que podem causar reações gastrointestinais. Além disso, também podem provocar irritações nos olhos, o que justifica a não utilização dessa água no banho.

O próximo passo consiste em instalar a cisterna, que pode ser posicionada acima ou abaixo do nível do solo (enterrada). Ela deve ser dimensionada, claro, de acordo com a necessidade de utilização da construção — em projetos comerciais, portanto, podem ser empregadas caixas de volumes maiores.

Por fim, é feita a instalação da maioria das peças que citamos no tópico anterior, sendo que a potência da bomba dependerá de 3 fatores principais:

  1. a complexidade da rede de canos;
  2. a demanda de consumo dos usuários;
  3. a altura das estruturas da construção.

Respeitando essas particularidades, será possível levar um bom fluxo de água para todas as torneiras e vasos sanitários que desejar. Para isso, como dá para imaginar, você precisará contar com um parceiro experiente em projetos hidráulicos. Já conhece esse profissional?

Para fechar com chave de ouro, se quiser saber mais sobre sustentabilidade em projetos de arquitetura, não deixe de conferir 10 ótimos exemplos que separamos para você!

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